Aplicada diretamente no músculo espástico, a toxina botulínica bloqueia a junção mioneural, diminuindo dessa forma a espasticidade.
Seu mecanismo de ação se baseia na ligação da toxina a receptores na membrana pré-sináptica da junção neuromuscular, permitindo então sua entrada no axônio terminal.
Uma vez em seu sítio de ação, bloqueia-se liberação de vesículas contendo acetilcolina e com isso sua concentração é diminuída, atenuando dessa forma a contratilidade muscular. (Mukherjee, 2010)
Em suma, este é um tratamento efetivo de casos de espasticidade isolada ou em múltiplos grupos musculares. (Ward, 2008) Aliás, pode ser associado a outros tratamentos, tais como a fisioterapia e a eletroestimulação. (Moeini-Naghani, 2016)
Prós e contras da toxina botulínica
De acordo com estudos, existem prós e contras em relação ao uso da toxina botulínica. Dentre as vantagens desse tratamento, podemos citar:
- alta eficácia no tratamento de problemas focais;
- segurança da droga;
- facilidade de manejo;
- especificidade do tratamento, sobretudo com baixa incidência de efeitos sistêmicos indesejados;
- baixo risco de interação medicamentosa. (Ward, 2008)
Por outro lado, dentre as suas desvantagens, elencam-se:
- impossibilidade de tratamento da espasticidade generalizada;
- necessidade de múltiplas aplicações;
- ato de não ser uma solução no longo prazo;
- dificuldade de avaliação de quais músculos devem ser bloqueados;
- alto custo; (Ward, 2008);
- risco de atrofia muscular. (Elbasiouny et al, 2010)