A compressão vascular pélvica pode ser uma causa de dor e, por sua vez, pode apresentar várias etiologias que levam à obstrução de fluxo sanguíneo, à dilatação dos vasos e à compressão de outras estruturas da pelve, como os nervos. As varizes pélvicas são uma dessas causas e normalmente estão associadas à congestão da veia ovariana, localizada no abdome.
A compressão vascular também pode decorrer de procedimentos cirúrgicos pélvicos e perineais, que eventualmente provocam hematomas na região retroperitoneal. Abscessos e hematomas nestas regiões podem, durante o processo de cicatrização, induzir a formação de vasos alterados que podem comprimir os nervos do plexo sacral.
Os sintomas variam, e dependem do(s) nervo(s) afetado(s). A queixa, em geral, é de dor cíclica, com aumento da sensibilidade e sensação dolorosa de áreas inervadas por estes nervos – região lombar, pelve, períneo membros inferiores –, piorando no período menstrual e, às vezes, à atividade física. Isso porque, nestas situações, ocorre aumento do volume dos vasos anômalos, acentuando a compressão.
Dificuldade no diagnóstico
Essa variedade dos sintomas torna o diagnóstico ainda mais difícil, uma vez que este tipo de queixa pode estar relacionada a doenças da coluna, como hérnias de disco ou escoliose, por exemplo. Além disso, o fato de os sintomas se acentuarem ao esforço torna o quadro ainda mais sugestivo de um problema ortopédico.
Isso faz com que os pacientes com estes sintomas sejam direcionados e investigados por ortopedistas ou neurocirurgiões. Como estes especialistas não encontram uma causa para a dor nestes casos, habitualmente os pacientes são diagnosticados como tendo uma dor de origem psicológica, fibromialgia ou outras causas de dor de origem indeterminada, fazendo com que as pacientes permaneçam anos sem diagnóstico.
O diagnóstico destes quadros é baseado na queixa clínica e no exame físico direcionado para o sintoma principal, que busca identificar o nervo acometido e, pelas suas características, sugerir a compressão vascular como etiologia. Esta investigação pode ser complementada por exames de imagem que avaliam os vasos da pelve e podem detectar áreas de dilatação ou alteração vascular.
O tratamento, nestas situações, pode ser realizado através de alguns procedimentos vasculares minimamente invasivos por radiointervenção e a ressecção de vasos anômalos e descompressão das estruturas acometidas pode ser realizado por meio de cirurgia laparoscópica.