Nos primeiros meses após a lesão medular (LM), o organismo do paciente sofre uma série de alterações decorrentes da redução da atividade nervosa, por exemplo:
- redução da pressão arterial e da frequência cardíaca;
- risco de insuficiências cardíaca e respiratória;
- alterações no sistema que regula a temperatura do organismo;
- perda do tônus muscular.
Passada esta fase, o organismo começa a se adaptar à nova condição, redistribuindo algumas funções e os neurônios da medula assumem a função que antes cabia ao cérebro, que foi desconectado do sistema. Este fenômeno chama-se neuroplasticidade.
Aspectos da espasticidade
Boa parte dos problemas enfrentados por estes indivíduos são consequência da forma desordenada com que se dá este fenômeno.
Um desses problemas, presente em 80% dos portadores de LM, é a espasticidade, uma contração muscular involuntária em grupos musculares localizados abaixo do nível da lesão.
A espasticidade apresenta consequências benéficas e prejudiciais. Entre as benéficas estão a possibilidade de sentar e até mesmo ficar em pé, permitindo relativo grau de independência para a realização de algumas atividades do cotidiano, como se vestir e até mesmo andar.
No entanto, há o impacto negativo da espasticidade. Dor, risco de queda e cansaço são alguns deles. Além disso, os espasmos também prejudicam o sono e causam transtornos na mobilidade, na realização de transferências do paciente e na atividade dos cuidadores. Por fim, a contração muscular prolongada pode também causar deformidades articulares e reduzir a amplitude de movimento.